13.7.09

Eu quero que meus filhos sejam quando crescer...

Gente, vamos combinar uma coisa? Filho não se cria só na adolescência, filho se cria desde pequeno, desde bebê.
Não adianta tentar explicar noções de moral, ética e cidadania para um adolescente que está passando por todo um processo de mudanças, hormônios fervilhando e cabeça confusa. Ele não vai nem ouvir o que você está dizendo. É igualzinho a aluno em sala de aula lotada, agitada, falante, onde várias coisas acontecem enquanto o pobre do professor tenta explicar a diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal, quem vai prestar atenção nele?

Se você criar seu filho desde seus primeiros dias mostrando o que é correto e o que não se deve fazer e o porquê, mais do que isso, sendo você mesmo exemplo disso para ele, ele vai crescer com essas noções incutidas, esse vai ser seu mundo, sua maneira de pensar e agir, dificilmente ele fugirá de seus conceitos. No entanto, aja cedo e de forma segura e enérgica ( entenda bem, enérgica não quer dizer agressiva ou rude, e sim firme e certa do que se faz ), você está consruindo a personalidade e o caráter de seu filho, portanto não há espaços para dúvidas, incertezas ou incoerências - seja você mesmo o que você prega.

  • Peça um favor ao seu filho e não se esqueça de dizer-lhe obrigado.
  • Explique a ele o porquê das coisas com motivos reais e linguagem clara para sua idade, não invente historinhas fantasiosas - ele não viverá num conto de fadas.
  • Mostre que nossas atitudes tem sempre dois lados, que sempre há a maneira aparentemente mais fácil de agir, mas que geralmente leva ao resultado mais devastador no final.
  • Explique que tudo tem seu valor, que presentes, passeios, festas e roupas não vem de graça, cartões de crédito não são objetos mágicos que proporcionam tudo o que queremos a troco de nada - vale mostrar-lhe a fatura a ser paga no fim do mês.
  • Não subestime seu filho. Ele é capaz de entender tudo ( com as devidas restrições do bom senso ).
  • Faça um teste com ele para entender como ele vê o mundo. Se seu filho já tiver noção de grandes quantidades de dinheiro , talvez por volta dos 7 ou 8 anos, pergunte a ele quanto ele acha que seria um bom salário para se ganhar por mês e viver uma vida legal, com certeza ele vai falar um valor absurdamente irreal ( quando fiz essa experiência com meu filho pela primeira vez, ele tinha em torno de 9 ou 10 anos, ele disse algo em torno de R$1.000,00 - achava uma fortuna esse valor! ). A seguir, comece a mostrar quanto custa algumas das coisas que você paga e que são de interesse dele - não só diversão, mas também saúde e alimentação - tipo: " Olha só: a mamãe gasta todo mês no mercado comprando a comida pra gente, os iogurtes e biscoitos que você gosta... X reais, com o plano de saúde que a mamãe paga pra te levar ao médico quando você fica doente, mamãe gasta...X..." e assim por diante. ( Meu filho percebeu que com os R$1.000,00 ele mal pagaria o plano de saúde e as compras do mês )
  • Após o teste, mostre a ele que para ter um salário melhor, conseguir melhorar, só estudando, sendo um bom aluno para conseguir um emprego com um salário melhor que o permitisse fazer tudo o que tinha vontade, ou quase tudo. Acreditem, eles entendem. Mais tarde, vale a pena até mostrar algumas propostas de emprego legais, concursos públicos e seus salários correspondentes, mostre o que precisar ter e saber para tentar essas posições, o meu filho tem 14 anos e já faço isso com ele há uns dois anos.
Por favor, entendam bem o que quero dizer com esse post, não tenho a intenção de obrigar meus filhos a fazer o que eu quero que eles façam, na verdade, é quase isso no final, mas sem a obrigação. Todo mundo que é adulto-normal pensa que se tivesse escolhido melhor no início, quando estava começando, se tivesse sido bem orientado, teria escolhido uma profissão diferente, feito outro curso mais lucrativo. Com o tempo a gente percebe que do sonho do 'quero ser professor quando crescer" por exemplo, a gente acorda cedo, logo depois dos primeiros contra-cheques, infelizmente. Todos também entendemos que essa de " desde pequenininha quis ser blá, blá, blá..." também é pura balela! A criança brinca de ser aquilo que ela vivência e que seus brinquedinhos permitem. Portanto, amplie seus horizontes! Faça por eles agora o que você gostaria que tivessem feito por você, pelo menos, eu gostaria.

5 comentários:

Dany disse...

Quero tanto que Caio tenha essa noção de profissão lucrativa...rs
Esse negócio de "ganho pouco, mas sou feliz no que faço" fazia muito sentido quando eu tinha 16 anos (quando comecei a dar aula). Agora é diferente. Eu ficaria muito mais feliz com um contra-cheque mais volumoso rs.
E as crianças entendem tudo mesmo! Caio mesmo já disse: quero ser engenheiro igual a meu pai ou advogado como o meu avô, mas professor não... Minha mãe sempre fala que tá sem dinheiro...rs

Ivana Millán disse...

Hahaha... que engraçado o comentário da Dany!
Mas conheço (e conhecemos, aposto) professores que ganham uma boa grana. Mas é uma profissão de amor, mesmo, não de dinheiro, confesso. Amor pelas letras, pela academia... eu acho.

Adorei o post, Kátia!! Beijos!

Déia disse...

Concordo plenamente! Criam as crianças na lei do "tudo pode" viram monstrinhos, mini tiranos que com 3 anos batem no pai... depois reclamam que o filho não tem limite, não respeita ninguem, matou o colega.. e por aí vai...
Será que os pais não percebem, que ter um filho exige responsabilidade, que no mínimo devem saber educa-lo?

Larissa disse...

Oie Kátia!
Também gostei muito do seu blog, e tb irei seguir vc e assim trocarmos figurinhas!
bjos

Vinicius disse...

Oi.

Eu gostei muito do seu texto. Percebi noções muito (a meu ver) corretas. Exatas. Muitas pessoas esquecem-se destas noções. Quando criança a primeira habilidade aprimorada é da observação, imitação, e audição, em seguida a fala. Se observarmos essa seqüência podemos educar de forma mais acertada. Não que exista um manual. Mas se pensarmos que a criança observa, depois imita, nós vamos cuidar os exemplos que vivemos dando. Quando observarmos que neste mesmo período a criança ouve e não fala, nós aprenderemos a cuidar das palavras que proferimos. São cuidados pequenos que na dinâmica dos dias dão matéria para a formação da personalidade da criança. Quando a criança houver alcançado determinada idade terá nos exemplos paternos (que devem continuar observados) uma base, e é por isso que há o dito popular “tal pai, tal filho.” Costumo dizer na minha literatura “que o filho é como a maçã que embora caia do pé jaz sobre a sombra da macieira.” Cuidar é guiar o outro para o que ele é, e tem de melhor em si mesmo.

Abraço,
R.Vinicius