27.10.09

Dá pra parar o mundo que eu quero descer?

Entre tantas notícias trágicas neste início de semana, o caso do assassinato da menina de 18 anos, Bárbara Calazans pelo seu amigo/namorado viciado em crack Bruno Kligierman, não me saiu da cabeça o dia inteiro. 


O pai do Bruno, em entrevista hoje no RJTV, questionou o fato de não ter conseguido interná-lo à revelia, segundo Luiz Fernando ( pai do Bruno ):


" De mãos atadas, fiquei esperando pelo pior ou por um milagre, já que segundo os "especialistas", que ditam as políticas públicas para o tratamento de drogas, o drogado tem de se internar por vontade própria."  ( Atitude, convenhamos, muito pouco provável.)



Para saber mais sobre o caso, aqui tem a carta aberta escrita pelo pai do Bruno, contando todo o drama que ele vem vivendo nesses 6 anos, desde quando, segundo ele, "perdeu seu filho para o crack". Um dos trechos da carta que mais me comoveu foi quando ele diz:


"Que a família da Bárbara possa um dia perdoar nossa família por este ato imperdoável. Chorei por meu filho 6 anos atrás. Hoje minhas lágrimas vão para esta menina, que tentou por amor e amizade salvar uma alma, (...)"


Não pretendo me alongar muito aqui, São vários os pontos que merecem ser  discutidos nesse caso, pontos como a passividade de um pai em concordar com a perda de um filho para as drogas, ou ainda, mais uma lei ineficiente, ou melhor,  ineficaz na tentativa de proteger um indivíduo incapaz de tomar atitudes por si só , entre outros. Vou ficar por aqui, mas deixo com vocês os  questionamentos que permearam minha mente durante todo o dia de hoje:


  • Até que ponto vale a pena se entregar em prol de alguém passando por esse tipo de problema ou algo parecido?
  • Seria egoismo pensar que a menina deveria ter se afastado? Evitado a amizade tão íntimaa com alguém passando por esse tipo de problema?
  • Será que ela realmente teria esse poder de "salvá-lo" das drogas?
  • E se você fosse o pai ou mãe dela? Permitiria esse relacionamento? Ficaria tranquilo com esse convívio tão próximo de sua filha com um rapaz vicíado em crack há 6 anos, com o histórico de internações mal-sucedidas em clínicas de reabilitação?


Talvez eu esteja errada, talvez tenha me tornado uma pessoa retrógrada e antiquada, mas acho que teria ao menos tentado poupar minha filha de uma amizade tão pouco benéfica e construtiva como a do Bruno, desculpem-se se estou soando preconceituosa, mas juro que não é preconceito. Não mesmo. É preocupação de mãe, é amor por meus filhos e medo de ter que trocar a vida deles por um 'sinto muito'. 










Mais notícias sobre o caso ( minhas fontes ):


  • G1 ( a notícia )
  • Jornal Extra ( a carta escrita pelo pai de Bruno )
  • Terra  ( O enterro da jovem Bárbara )
  • Abril ( a mãe da Bárbara tinha conhecimento sobre o relacionamento dos dois )

15 comentários:

Karine disse...

Oi, Kátia! Obrigada pelo selinho!!! Mais um pra minha coleção!! :) Sobre este caso, vi pelo site do globo.com. É uma situação complicada. Não vou aqui julgar nada porque não deve ser uma tarefa fácil aceitar um filho dependente das drogas. Posso imaginar o sofrimento de uma família numa situação assim. Agora, para piorar tudo, o filho mata uma pessoa que tentava ajudá-lo. Sinceramente, Kátia, nunca vivi esse tipo de drama e não sei como é. É uma situação que foge dos limites da minha razão, então, não cabe a mim imaginar soluções, saídas ou questionar os porquês de tudo isso. Eu só espero que a família da menina morta consiga se confortar de alguma maneira e que esse rapaz se recupere desse vício maldito. Um beijo procê.

Cris Medeiros disse...

Bem, não é segredo pra nínguem que vai ao meu blog, tem alguns posts falando sobre isso. Eu já fui uma viciada e saí, muito devo a minha mãe que não desistiu de mim e na pior fase chegou a me trancar com cadeado, feito um animal selvagem. Na época foi horrível, mas hoje eu dou graças a Deus pela força de vontade dela!

Beijocas

cris disse...

Isso tudo é muito complicado, mas eu espero sinceramente que as famílas encontrem paz e serenidade para superar esse momento, a dor de perder um filho dura pra sempre, mas talvez fique alguma lição disso. Não vou jugar, nem os pais, nem o rapaz. O crack é um caminho sem volta, não depende apenas dos envolvidos, depende de toda a sociedade lutar contra esse mal.

Ivana Millán disse...

Vi esse caso no portal da Globo.com...
realmente é apavorante, como todos os outros casos de drogados nas nossas cidades.
As leis ainda são brandas no Brasil. Enquanto nossa LEI só for conhecida mundialmente pelas leis tributárias, vamos pagar menos impostos e continuar tendo um altíssimo nível de drogados. Acho que a proposta dos governos é essa mesmo, abaixar os impostos e não se importar com o consumo de drogas pra sempre.

Agora, quando o país cair em sí e perceber que é necessária uma mobilização NACIONAL no combate às drogas, (à la Fidel Castro, sabe? que parou o país pra alfabetizar todo mundo?) talvez se veja alguma melhora.

Será que Lula lê comentário de blog?

Unknown disse...

É Katia......eu soube desse caso...muito triste mesmo...

uma vez, quando eu tinha uns 17 anos, eu reencontrei meu segundo namorado.

Descobri depois de umas semanas que ele era viciado em cocaína...daquele tipo de conhecer traficante e tudo.

Lembro de uma vez que estávamos juntos e que de repente ele joga um negocio no chao....fiquei sem entender. Aí depois ele pegou de volta ai perguntei pq...

ele tinha jogado no chao a droga pq tava passando policia por perto.

na minha concepção eu poderia ajudá-lo a sair dessa pelo amor que eu sentia por ele.

só que a situação não era tão cor-de-rosa assim, pq ele era um perigo.

ele me disse uma vez que era um perigo eu estar do lado dele.

ate entao minha mae nao sabia. contei pra uma amiga da igreja pra que ela me ajudasse em oração, mas ela contou pra minha mae.

entao minha mae qdo soube usou de sua autoridade e proibiu o namoro.

na época eu fiquei com odio daquela amiga linguaruda e fiquei chateada com a minha mae abeça.

mas depois vim a descobrir que ele tava fugido...tinha sido preso....coisas do tipo.

acho que numa situação dessa, os pais da menina tinham que ter tirado ela da convivencia com esse menino e os pais do menino deveriam ter tentando de forma mais coercitiva a cura do menino.

mas agora já era.

bjinho querida
tenha um bom dia

Everson Russo disse...

É complicado conviver nessa vida com tanta noticia ruim...beijos e uma linda terça pra ti...

Anônimo disse...

Katia
Eu li esta noticia e confesso que nao quis ler mais. Agora com o seu post e' que li todas as mate'rias que sai'ram. Isso me da' uma dor no coracao, so' de pensar nos meus filhos e na dor da familia da moca e do rapaz, tambem! Que tristeza! Eu, confesso, que nao sei por onde comecar a pensar neste assunto. Eu me sinto extremamente fragilizada e olha! que me considero uma pessoa forte e dificil na queda, mas depois que tive filhos, fiquei um pouco boba. Mas, todos os dias eu luto para enfrentar esta minha nova fragilidade. Beijos

Dany disse...

Como vc sabe, já namorei uma pessoa que não era nenhum santo. Não chegava a usar drogas tão pesadas, mas droga é droga! Enfim...
Hoje olho pra trás e morro de pena da minha mãe. Nunca cheguei a passar por nenhuma situação perigosa relacionada ao vício, mas fico pensando na preocupação da minha mãe, da minha família.
Eu só acho que se minha mãe tivesse "proibido" meu namoro, eu teria namorado de qq forma porque adolescente dá jeito pra tudo!
Por outro lado, eu na posição de mãe, jamais deixaria meu filho ter esse tipo de amizade. Mesmo que eu nadasse e morresse na praia, faria de tudo pra que ele se afastasse. Toda mãe quer o bem do seu filho. E convenhamos: é perigoso andar com alguém que está no mundo das drogas!
Muito contradotório o meu texto, eu sei, mas é que quando a gente vai vivendo e vendo a vida passar, somos capazes de analisar uma situação sob vários ângulos.
Beijinhos!!!

Desabafando disse...

Nossa que história triste essa! Mas sabe que eu acho que quando as coisas tomam um rumo mais complicado, é necessário que os pais tomem providências e tentem ajudar seus filhos não? Se conformar com algo não ajuda a resolver o problema...é o mesmo que querer ignorar o que acontece.

Acho que se eu tivesse filhos tb agiria como vc, tentaria ajudar e afasta-los de amizades assim!

Anônimo disse...

nem sei o que dizer... realmente uma situação dessa dá o que pensar mas não adianta, a gente provavelment não faria o que diz que iria fazer caso fosse msm com a gente... eh phoda demais!

Carla Martins disse...

Não é preconceito mesmo, é sabedoria de quem já viveu mais do que adolescentes utópicas, que acham que podem salvar o mundo e que estão acima do bem e do mal. Eu era assim, então sei o que estou falando. Hoje em dia, acho bem raro um amor adolescente tirar um sujeito viciado das drogas, sabe? Mas, quando somos mais novas, achamos que tudo pode acontecer....é fogo. Por isso acho mega importante que os pais prestem atenção nos seus filhos, nas suas amizades e interfiram, sim, se necessário.

beijos e parabéns pelo post, está ótimo!

Renata Peixoto disse...

Kátia, entendo perfeitamente seu ponto de vista e lamento profundamente o sofrimento dessas duas famílias envolvidas.
Obrigada pelo selinho!
Beijão

Bleeding_Angel disse...

Oi Katia...
Eh lamentavel msm essa noticia, imagino a dor tanto do pai do kra qnto da familia da guria.
Naum sei se essa lei eh ineficiente ou realista pq, na vdd, a pessoa q naum quer se tratar, naum eh forcando q ela vai se recuperar. Ela vai fik ainda mais revoltada e qndo sair da clinica tudo retornara... eh fato isso.
Tbm naum eh taum pouco provavel assim pessoas q qrem se recuperar.
Sei disso pq sou um dependente quimico. Digo "sou" pq isso naum tem cura, eh uma luta constante, dia apos dia. Naum vou ser hipocrita ao afirmar q naum tenho minhas recaidas, pq ocorre sim...
Mas naum acho q por ter esta doenca (sim, eh uma doenca!) eu me sinta indigno de ter um relacionamento por isso.

Até que ponto vale a pena se entregar em prol de alguém passando por esse tipo de problema ou algo parecido?

Eu, sinceramente, naum saberia te responder. Mas acho mto mais valido pessoas como vc, q dizem abertamente serem contra do q pessoas q fikm junto a gnt e com hipocrisia, como canso de ver em comunidades de pessoas q se relacionam com psicoticos maniacos depressivos (outro mal q padeco) onde soh nos colokm como mau krater, estorvos e por ai vai. Se pensam assim, pq continuam conosco?
Infelizmente a resposta eh simples... Isso eh bem comodo, afinal, tudo o q houver de errado a culpa eh do psicotico ou, no kso, do dependente quimico.

Seria egoismo pensar que a menina deveria ter se afastado? Evitado a amizade tão íntimaa com alguém passando por esse tipo de problema?

Naum, como disse, melhor o afastamento do q viver da forma q mtos vivem, soh pra criticar e se auto afirmar em cima dessas pessoas.

Será que ela realmente teria esse poder de "salvá-lo" das drogas?

De forma alguma, isso eh ilusaum. Ngm tem o poder de salvar ngm. Acho ateh motivo de risos, pessoas em comunidades de depressaum do orkut dzendo q "oh, salvei fulano do suicidio", mentira, se ela "salvou" eh pq fulano naum qria msm se matar, soh um pedido de socorro. Quem quer, vai lah msm e faz, ngm tem poder de mudar conceito de ngm. Isso deve vir da pessoa.

E se você fosse o pai ou mãe dela? Permitiria esse relacionamento? Ficaria tranquilo com esse convívio tão próximo de sua filha com um rapaz vicíado em crack há 6 anos, com o histórico de internações mal-sucedidas em clínicas de reabilitação?

Eh complikdo... como disse, naum eh pq a pessoa seja dependente q naum mereca ter um relacionamento, mas a garota tinha q estar ciente dos riscos q corria e talvez isso ocorreu pq ela naum tivesse.

Qnto ao pai ser omisso. Naum sei se foi omissaum, pois naum convivi com ele, naum sei ateh q ponto ele lutou contra isso, como disse anteriormente, dzer q alguem pode salvar alguem da droga ou do q quer q seja eh utopia. Esse pai pode ter tentado sem sucesso, naum o culpo.

Acho q eh isso. Otima quarta pra vc.

Ana Paula Ruggini Zarpelon disse...

Parabéns pela excelente postagem, não é a toa que os comentários bombam...

Agradeço tambpem pelo selinho.

Beijos.

Karla Gisele disse...

Oi Kátia! Adorei o seu blog, não o conhecia e fiquei encantada com este post em especial. Já estou te seguindo tb.
Fiz um post relacionado a ele onde citei esse caso e esse post, espero que não fque brava. Passa lá pra ver.
Quando puder visite meus blogs:
www.todamulherprecisa.com
e
www.universoparticular.net
o texto está no segundo blog ok?
bjusss.